Compaixão

O amor e a compaixão são necessidades.
Sem eles a Humanidade não pode Sobreviver.

Não podemos controlar todas as nossas sensações e sentimentos. Quando queremos evitar sentir certas sensações e sentimentos, passamos a restringir ou evitar determinados comportamentos.

Na medida em que não podemos controlar o que acontece, percebemos que necessitamos aceitar e focar a nossa atenção no que podemos fazer. Afinal, o comportamento não é determinado pelos sentimentos.

compaixao

 

Uma pessoa pode sentir tristeza e agir. Vivendo mais no presente e aceitando a presença de sensações físicas não muito agradáveis, veremos que as sensações são transitórias. Elas passam e por isso deixar de agir por não querer sentir um pouquinho isso ou aquilo vai limitar em muito o nosso campo de ações e os nossos resultados.

A autocrítica é um processo complexo com diferentes formas e funções. Uma das funções objetiva a autocorreção como, por exemplo, impedir uma pessoa decometer erros ou manter a pessoa “na linha”, alertando-a para os erros e fazendo com que se esforce para alcançar os seus objetivos. Outra função é a de se prejudicar ou se vingar, por raiva ou desprezo de si mesmo, ou tentar se livrar dos aspectos ruins ou maus de si mesmo. Estas formas de autocrítica estão altamente associadas com a vergonha e o humor depressivo. Para as pessoas propensas a sentir muita vergonha, a se autoatacar, a se autoculpar ou a se autocriticar, esses comportamentos podem ser vistos como estratégias de segurança ou de autorre-

gulação, o que requer do terapeuta muito cuidado na abordagem das suas origens e funções antes de trabalhar com elas.

Ao invés de tentar identificar esses processos como comportamentos / pensamentos distorcidos ou mal-adaptativos, eles podem ser entendidos como “comportamentos de segurança”, em que a pessoa está fazendo o melhor que pode para lidar com as situações dolorosas, memórias e emoções. Pontua-se o fato de que os sentimentos e pensamentos são reações automáticas e que podem surgir como resultado do nosso sistema evolutivo de emoções e condicionamentos passados e, por isso, não seria “nossa culpa” (Gilbert, 2010).

O que é compaixão e em que é diferente da empatia ou do altruísmo? A definição de compaixão é muitas vezes confundida com a da empatia. Empatia, conforme definido pelos pesquisadores, é a experiência visceral e emocional dos sentimentos de outra pessoa. É, em certo sentido, um espelhamento automático da emoção do outro. O altruísmo é uma ação que beneficia alguém, que pode ou não ser acompanhada por empatia ou compaixão, como por exemplo, no caso de se fazer uma doação com benefícios fiscais. Embora estes termos estejam relacionados com compaixão, eles não são idênticos. A compaixão muitas vezes, é claro, envolve uma resposta empática e um comportamento altruísta. No entanto, a compaixão é definida como a resposta emocional ao perceber o sofrimento e envolve um desejo autêntico de ajudar.

Embora os economistas tenham argumentado o contrário, um crescente corpo de evidências sugere que, em nosso núcleo, os animais e os seres humanos têm o que DacherKeltner, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, chamou de um “instinto de compaixão.” Em outras palavras, compaixão é uma resposta natural e automática que tem garantido a nossa sobrevivência. Jean Decety, da Universidade de Chicago, mostrou que até mesmo os ratos são levados a simpatizar com outro rato em sofrimento, e sair de seu caminho para ajudá-lo.

Estudos com chimpanzés e bebês humanos, jovens demais para terem aprendido as regras da boa educação, também reforçam essas alegações. Michael Tomasello e outros cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, descobriram que as crianças e os chimpanzés espontaneamente engajam-se em um comportamento prestativo, e até mesmo superam obstáculos para fazê-lo. Eles aparentemente fazem isso com uma motivação intrínseca, sem expectativa de recompensa. Um estudo recente indica os diâmetros da pupila dos bebês (uma medida de atenção) diminuem tanto quando eles ajudam como quando vêem alguém prestando ajuda, sugerindo que não estão simplesmente ajudando por serem gratificados. Parece ser o alívio do sofrimento que traz a recompensa – quer se engajem diretamente ou não na ajuda. Uma pesquisa recente de David Rand, da Universidade de Harvard, mostra que, em adultos e crianças, o primeiro impulso é o de ajudar os outros. Dale Miller, da Universidade de Stanford, sugere que este é também o caso dos adultos; no entanto, esse impulso de ajudar pode ser suprimido, por se preocuparem com a opinião de outros quanto a estarem agindo por auto-interesse.

Não é de surpreender que a compaixão seja uma tendência natural, uma vez que é essencial para a sobrevivência humana. O termo “sobrevivência do mais apto”, muitas vezes atribuída a Charles Darwin, foi realmente criado por Herbert Spencer e darwinistas sociais que queriam justificar a superioridade da raça e da classe. Um fato menos conhecido é que a obra de Darwin é melhor descrita com a frase “sobrevivência do mais bondoso.” Na verdade, em The Descentof Man and Selection In Relationto Sex, Darwin defendeu “a maior força dos instintos sociais ou maternos do que a de qualquer outro instinto ou motivo”. Em outra passagem, ele comenta que “as comunidades, que incluíram o maior número de membros mais simpáticos, floresceram melhor, e geraram maior número de descendentes”. A compaixão pode ser, de fato, um traço adaptativo e de evolução natural. Sem ele, a sobrevivência e o florescimento de nossa espécie teria sido improvável.

A construção de um compromisso afetivo, a aceitação do momento presente e convicção dos próprios valores pessoais contribuem para o enfrentamento dos desafios e obstáculos na dinâmica da vida.

Através do autoconhecimento vamos descobrir os seus valores mais importantes e encontrar o seu porquê, o que motiva a continuar em busca de seus próprios objetivos.

A Supere Psicologia avalia e contribui na mudança de comportamento e ensinando recursos e habilidades para adaptar as condições. A Equipe da Supere Psicologia está a disposição e estima sua melhor qualidade de vida!

 

Alessandro Rocha
Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental
Email alessandro@superepsicologia.com.br

 

Capítulo: O que é Terapia de Aceitação e Compromisso.
Autora: Michaele Terena Saban.
Livro: Terapias Comportamentais de Terceira Geração. Guia para profissionais.
Editora Sinopsys. 

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Renata Patrícia

CRP-xx/xxxxx

Psicóloga clínica cognitivo comportamental e organizacional

Pós graduação em gestão da capacidade Humana nas Organizações

Curso de formação em Psicoterapia Cognitivo comportamental

Associada da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas

Associada da Associação de Terapias Cognitivas em Pernambuco

Terapia infantil (a partir de 7 anos), adulto, idoso e familiar

Luiz Santos

CRP–02/22001

Bacharelado em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco.

Nadja Lúcia Guimarães

CRP-02/12491

Psicóloga Clínica ( atendo crianças, adolescentes,adultos e idosos)

Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental.

Especialista em Psicopedagogia Clínica. Formação em Desenvolvimento e Aprendizagem.

Formação em Hipnose Ericksoniana.

Cleóbia Maria

CRP–02/22534

Psicóloga Clínica com Pós-Graduação em Neurociência Clínica.

Atendimentos para adolescentes e adultos.

Treinadora Cerebral (Neurofeedback) Certificada pela Brain-Trainer International.

Alessandro Rocha

CRP-02/11894

Psicólogo Clínico e Organizacional – FAFIRE/PE

CEO do Instituto Supere Conexão e Desenvolvimento Humano

Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental e Terapeuta EMDR

Mestre em Educação para o Ensino em Saúde - FPS/IMIP

Consultor em Gestão de Pessoas, Aprendizagem Organizacional, Mediação da Aprendizagem e Dinâmica de Grupo.

Formação em Treino de Habilidades da Terapia Comportamental Dialética (DBT) e na Terapia Racional Emotiva Comportamental pelo Albert Ellis Institute

Experiência de 16 anos em atendimento psicológico e 18 anos como professor universitário em graduação e pós graduação.

Coordenador e professor de cursos do Instituto Supere.