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REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM IDOSO

A velhice é universal e progressiva, sendo um conjunto de transformação biopsicossocial. Segundo Erminda, envelhecer é um “processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de doença, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo” Erminda (1999 p.43). A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. É importante considerar, que muito mais do que a idade cronológica, essa fase marca de forma precisa, todo o processo de conclusão do desenvolvimento no ser humano. Assim, vários elementos como alimentação, predisposição genética, prática regular de atividades físicas, relacionamento familiar, educação e outros são fatores que influenciarão nesse processo. É fundamental estimular a participação do idoso na sociedade e em diferentes contextos sociais. De acordo com o estatuto do idoso, é garantido “todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” No entanto, dependendo de como foi a vida do idoso o processo de envelhecimento pode favorecer diversos tipos de doença. O cérebro do idoso segundo Fechine  e Trompieri (2012), relatam que a capacidade intelectual do indivíduo idoso pode ser mantida sem dano cerebral até os 80 anos de idade porém o declínio gradual nas funções cognitivas é considerado como envelhecimento normal. Portanto é comum aparecerem algumas doenças degenerativas, diminuição da capacidade auditiva e visual, diminuição dos reflexos, perda das habilidades e funções neurológicas entre outras. Além das doenças emocionais como a perda de um ente querido, a chegada da aposentadoria, a perda da sua própria identidade, dificuldade em lidar com alguma doença, a chegada dos netos, a síndrome do ninho vazio (quando os filhos saem de casa). A família, por sua vez, tem um papel de grande importância para ajudar a promover condições favoráveis e assim minimizar as perdas apresentadas pelo individuo idoso. Quando é percebido a diminuição de algumas capacidades neurológicas é importante que a família, junto com o médico, solicitem uma reabilitação neuropsicológica. Esse processo é realizado por equipe interdisciplinar que vão obter informações sobre o desempenho do paciente em diversos aspectos; físicos, cognitivos, comportamental, emocional, social etc O resultado dessa observação vão levar a equipe a construção do perfil do paciente com seus pontos fortes e fracos para serem construídos as intervenções e estratégias para a realização da reabilitação neuropsicológica Para Wilson (2002), o tratamento de doenças e da incapacidade em idades avançadas afetam as pessoas idosas e a reabilitação é de grande importância no déficit cognitivo se mostrando eficaz no tratamento do idoso. Em síntese, a reabilitação é um conjunto de técnicas práticas como estratégias compensatórias onde os profissionais vão atuar para reduzir os efeitos e déficits cognitivos, comportamentais, emocionais entre outras disfunções do sistema nervoso central, que se tornaram obstáculos para o indivíduo na sua rotina diária. Sabe-se que o cérebro é plástico, e a reabilitação pode ajudar a novas células crescerem, e outras partes do cérebro vão assumir as funções perdidas compensando e diminuindo o déficits e melhorando de forma gradual. Todo esse processo de desafios constantes, muitas vezes influência de forma negativa o emocional do paciente com pensamentos e crenças disfuncionais, dificultando a evolução do tratamento. Assim a Reabilitação Neuropsicológica, precisa do suporte da Terapia Cognitivo Comportamental. São duas ciências que se unem podendo inter-relacionarem entre si para superar as demandas do dia-a-dia. Isso ocorre porque algumas técnicas da terapia cognitivo comportamental, como a psicoeducação, resolução de problemas, reestruturação cognitivas, questionamento socrático entre outras pode facilitar o processo ajudando em comorbidades, causadas por quadros psicológicos complicados após um acontecimento cerebral. Acredita-se que os nossos sentimentos afetam a maneira como nos comportamos e pensamos, dessa forma é importante traçar metas terapêuticas que ajudam na reabilitação pois readquirir as habilidades sociais, controlar a ansiedade e se motivar pra continuar o tratamento, ajuda a formação de uma nova identidade pós lesão. A Supere Psicologia está sempre do seu lado! Patrícia  Brito Psicóloga Clinica com formação em Terapia Cognitivo Comportamental. Especialista em Neuropsicologia pelo ESUDA e Saúde Mental pela UFPE patriciabritorh@hotmail.com ESTATUTO DO IDOSO. Ministério da Saúde. 3º edição. 2013. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf acessado em 05/08/2018 ERMINDA, J.G. Os idosos: Problemas e realidades. Coimbra: Editora Formasau, 1999. FECHINE, B.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: As principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Revista Científica Internacional, v. 20, n. 1,p. 106 – 194. 2012. FERREIRA, H. G., Lima, D. M. X. de, & Zerbinatti, R. (2012). Atendimento psicoterapêutico cognitivo-comportamental em grupo para idosos depressivos: um relato de experiência. Revista da SPAGESP, 13(2), 86-101. Recuperado em 01 março, 2015, de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rspagesp/v13n2/v13n2a10.pdf. WILSON, B.Towards a comprehensive model of cognitive rehabilitation Neuropsychological rehabilitation, 2002  

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Mentoring e Desenvolvimento Profissional

Mentoring e Desenvolvimento Profissional A experiência da formação profissional, bem como do aperfeiçoamento profissional tem sido cada vez mais objeto de sociedades em desenvolvimento. De acordo com o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional: na Finlândia, na Áustria e na Alemanha, alunos do ensino técnico representam, respectivamente, 70,4%, 69,8% e 47,8% dessa etapa da educação. (Folha de São Paulo, 2017). Essa experiência pode contar com modelos distintos adotados tanto pelas instituições como pelos indivíduos aos quais nos deparamos ao longo do processo de crescimento e desenvolvimento profissional. Esse processo inclusive, pode ou não ser uma vivência madura e rica em aprendizado mútuo.   O processo de aprendizado, de aquisição de habilidades e competências para atuar em áreas que se pode conhecer através de teorias ou práticas de outros profissionais, apenas será útil se estiver em sintonia com o contexto e a situação propriamente dita a qual o indivíduo esteja disposto a investir. Talvez não tenhamos percebido, mas ao longo da vida todo indivíduo esteve em contato com uma ou mais pessoas que se tornou referência ou figurou como alguém que lhe inspirou, alguém que você escolhendo ou não, também esteve preocupado com o seu desenvolvimento. Profissionais, como seres humanos que somos, carecem de orientação dirigida, qualificada e especializada em alguns momentos de sua vida e/ou de sua carreira. As escolhas contidas nas trilhas e caminhos que tomamos, algumas vezes podem ser mais, ou menos difíceis de lidar. Cada indivíduo será capaz de lidar com essas situações através da sua dinâmica de funcionamento, o que representará experiências únicas e extremamente subjetivas. Neste sentido, a dinâmica do indivíduo, em especial a sua crença e suas características será determinante no processo de aprendizagem. Fatores internos e externos contribuindo ou não para o melhor aprendizado, a melhor troca de experiências, a melhor assimilação e vivências enriquecedoras nesse processo. Observando o que Paulo Erlich (2016) – que é especialista no tema mentoring e formador de mentores – reflete sobre mentoria, percebe-se que através das principais funções do mentoring: função de trabalho e carreira, funções socioemocionais e função modelar, o mentor pode encontrar situações vivenciadas pelo “mentorado” com as quais deverá estar preparado para lidar. A formação em mentoring é uma experiência sólida, enriquecedora e prática, e que tem o compromisso de apresentar ao profissional que deseja atuar como mentor, a teoria, as técnicas e principalmente as competências necessárias ao exercício de mentoring. A Formação em Mentoring será realizada nos dias 20 a 22 de setembro de 2018, sob coordenação dos professores Paulo Erlich e Alessandro Rocha. A Supere Psicologia está sempre do seu lado! Ana Carla Moura Psicóloga Organizacional, Especialista em Dinâmica de Grupo e Gestão de Equipes, Mestre em Gestão com ênfase em Cultura Organizacional mourau@gmail.com

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Automutilação

Automutilação A automutilação pode ser definida como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. Esse comportamento é repetitivo, chegando, em alguns casos, a mais de 100 vezes em um período de 12 meses. As técnicas empregadas costumam ser de baixa letalidade, pois, do contrário, a repetição freqüente não seria possível (Favazza apud Abreu, 2008). Os pacientes que se utilizam dessa pratica podem, em outros momentos, tentar suicídio com overdoses ou com outros métodos convencionais (Stanley, 2001). As formas mais recorrentes de automutilação são cortar a própria pele (70%), bater em si mesmo (entre 21 e 44%) e queimar-se (entre 15 e 35%) (Briere e Gil apud Abreu, 2008). Alguns indivíduos produzem ferimentos na pele, em geral em braços, pernas e áreas expostas, por meio de cortes ou queimaduras, como forma de “autotatuagem”, sendo esta, também, uma forma de identificação do grupo no qual estão inseridos ou de contestação aos padrões culturais vigentes. Essa prática é predominante em adolescentes e adultos jovens e vem aumentando, provavelmente pela maior divulgação nos meios de comunicação. Esse comportamento, muito semelhante ao que foi a tatuagem ou o piercing no seu início, é chamado de skin cutting. Os fatores de risco associados à automutilação citados na literatura são: abuso emocional, físico ou sexual na infância; viver com apenas um dos pais; conflitos familiares; conhecimento de que algum membro da família ou colega pratica automutilação; abuso de álcool e tabaco ou outras substâncias; ser vítima de bulling na adolescência; presença de sintomas depressivos, ansiosos, impulsividade e baixa auto-estima; ideação ou tentativa de suicídio prévia (Whitlock; Eckenrode; Silverman apud Abreu, 2008; Ystgaard et al. apud Abreu, 2008). Transtorno dissociativo associado ou não com transtorno da personalidade borderline também pode ser um fator de risco (Zlotnick; Mattia; Zimmerman apud Abreu, 2008). Principalmente quando ocorre na adolescência casos de abuso físico ou sexual, abuso de álcool na família e de violência familiar na infância estão associados à presença de automutilação (Walsh; Rosen apud Abreu, 2008). A automutilação distingue-se da tentativa de suicídio por três características básicas: letalidade, repetição e intenção ou ideação. Em geral, a primeira apresenta baixa letalidade, com danos físicos variando de superficiais a moderados. Cortar a pele é a forma mais freqüente, seguida de queimá-la e de “se bater” (Favazza; Conterio apud Abreu, 2008). Uma pessoa que corta os punhos em uma tentativa de suicídio tem como intenção a morte; uma outra que, durante um episódio de automutilação, faz um corte superficial na região dos punhos pensa em obter alívio da raiva, e não em morrer. Ao contrário das tentativas de suicídio, na automutilação são recorrentes os relatos de atos repetitivos, podendo situar-se entre 2 e 100 episódios , com média de 21 episódios ao ano (DiClemente, Ponton; Hartley apud Abreu, 2008). Uma terceira e última diferença entre esses dois comportamentos é que não é a intenção nem a ideação suicida que levam ao ato de se ferir no momento da automutilação (Walsh; Rosen apud Abreu, 2008), mas sim a necessidade de alívio para um grande desconforto emocional. Entre os pacientes que se ferem, 34,2% relataram ter pensado ou tentado suicídio pelo menos uma vez, e essa prevalência foi maior quando comparados aos estudantes que não apresentaram automutilação (Whitlock; Eckenrode; Silverman apud Abreu, 2008) Além dos sintomas depressivos e da ideação suicida que esses pacientes podem exibir em paralelo à automutilação, aqueles que desenvolvem a síndrome apresentam alto risco de suicídio em função de se sentirem desmoralizados pelos fracassos em tentar controlar esse comportamento, bem como tristes por terem cicatrizes por todo o corpo ou por se sentirem isolados (Favazza apud Abreu, 2008). A diferenciação está na intenção presente no momento em que se deu o ferimento. A automutilação tem uma prevalência alta tanto na população clínica quanto na população geral. Muitas vezes ocorre entre indivíduos que nunca procuraram uma terapia e que raramente relatam tal comportamento a alguém. Essa tendência a evitar a revelação até mesmo para um profissional da saúde indica que a automutilação é tida como vergonhosa e leva ao isolamento. Considerando também a forte associação desta com ideação ou tentativas de suicídio, é preciso uma anamnese bem – detalhada a fim de identificar comportamento automutilante e fatores associados para reconhecimento dos pacientes em risco. O desenvolvimento de um modelo exploratório e de programas preventivos é necessário, além de estudos para melhor descrição e definição do comportamento. A partir do melhor entendimento da síndrome, será possível propor alternativas terapêuticas mais específicas e eficazes.   Busque e indique a ajuda profissional diante das necessidades. A Supere Psicologia está sempre do seu lado. Alessandro Rocha Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental Terapeuta EMDR Mestre em Educação para Ensino em Saúde alessandropsi@yahoo.com.br / alessandro@superepsicologia.com.br www.superepsicologia.com.br   Abreu, Cristiano Nabuco de. Manual clínico dos transtornos do controle dos impulsos. Porto Alegre: Artmed, 2008. Cap. 10

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Abuso Sexual contra crianças e adolescentes: vamos romper esse silêncio

Por que 18 de maio? A data foi escolhida como dia de mobilização contra a violência sexual, porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. A proposta do “18 DE MAIO” é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos sexuais de crianças e adolescentes. É preciso garantir a toda criança e adolescente o direito ao desenvolvimento de sua sexualidade de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual. O que é violência sexual? Violência sexual é a violação dos direitos sexuais, no sentido de abusar ou explorar o corpo e a sexualidade de crianças e adolescentes. A maioria das pessoas associam violência sexual ao ato de penetração forçado, quando, na verdade, a violência sexual infantil é muito mais ampla, gerando traumas devastadores em qualquer manifestação que ela ocorra. O abuso sexual é caracterizado pela utilização da sexualidade de uma criança ou adolescente para prática de qualquer ato de natureza sexual. Portanto, estão previstos em lei e são considerados como abuso toque, beijos, carícia e aliciamento, além da penetração forçada   Compreende-se que o abuso sexual infantil nem sempre está ligado a um ato violento e doloroso, podendo envolver carinhos inapropriados, beijos, a exibição e exposição da criança na prática de masturbação ou em um ambiente em que ela presencie a prática sexual, seja com um parceiro ou através de pornografia visual. Já a exploração sexual infantil engloba a prostituição de menores de idade, pornografia com vídeos ou fotos que poderão ser comercializados, tráfico de mulheres e turismo com motivação sexual.   Manifestação da violência sexual Algumas crianças chegam a verbalizar as experiências, e não é raro que os adultos acreditem tratar de fantasias. Vale lembrar que pesquisas apontam que apenas 6% das crianças relatam experiências que não são reais. Principalmente pelas experiências nem sempre serem violentas e por serem realizadas com pessoas de seu círculo de confiança, existe enorme dificuldade em entender o que possa estar acontecendo e, consequentemente, pedir ajuda. A criança não entende que está sofrendo um tipo de violência, ficando sem saber como agir ou reagir. É fundamental que pais e professores fiquem atentos à linguagem não-verbal de pedidos de ajuda ou sinalizações de trauma, normalmente expressos em comportamentos, produções gráficas ou produções lúdicas.   Podem ser sinais de abuso: Perturbações no sono; Aumento ou diminuição do apetite; Queda no desempenho escolar; Mudanças de comportamento bruscas e repentinas.   Prejuízos emocionais: O abuso sexual infantil pode desencadear o desenvolvimento de transtornos de personalidade, quadros graves de depressão ou ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, autoimagem prejudicada, dificuldades em se vincular afetivamente estabelecendo relações de confiança, e também mobilizar um enorme sentimento de culpa.   O que fazer após ficar sabendo do abuso sexual? Acolha, mantenha a calma e deixe a vítima lhe contar tudo e não interrompa por mais difícil que seja escutar; envolva o mínimo de pessoas possíveis para não expor a vítima. Caso acredite que algo de errado está acontecendo com seu filho ou com uma criança que você conheça, não deixe de procurar a ajuda de um psicólogo para que seja feita uma avaliação. Esse é o caminho para oferecer um suporte emocional adequado, que permita a elaboração de traumas e a redução dos prejuízos.   Como Denunciar? Conselho Tutelar; Delegacia Especializada Ministério Público; Varas da Infância e Juventude No Disque- Direitos Humanos (Disque 100).   A terapia cognitivo comportamental tem apresentado resultados de melhorias na regulação emocional e administração do estresse. A Supere Psicologia está sempre ao seu lado.   Flávia Rezende Garcia Psicóloga Clínica/Hospitalar Psicóloga do Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira-IMIP Tutora da faculdade Pernambucana de Saúde-FPS Mestre em Educação para Ensino em Saúde Experiência de 05 anos com atendimento de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual flaviarezendeg@yahoo.com.br

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Dependência Tecnológica

  Você tem Autonomia ou Vício? A partir da evolução tecnológica, a internet e o uso de suas inúmeras ferramentas (celulares, /jogos/ smartphones; mídias sociais) tem se tornado um hábito no cotidiano das pessoas. Embora o uso da internet apresente benefícios e traga satisfação, seu uso excessivo pode levar o usuário a uma condição de dependência e uso compulsivo, acarretando danos biopsicossociais. Do ponto de vista clínico, considera-se Dependência de Tecnologia (do inglês “technological addiction”) quando o indivíduo não consegue controlar o próprio uso da internet/jogos/smartphones, ocasionando sofrimento intenso e/ou prejuízo significativo em diversas áreas da vida. Entre os tipos de distúrbios relativos ao uso das tecnologias, é necessário diferenciar o uso abusivo, da dependência. O uso abusivo consiste no prejuízo social e na compulsão para o consumo da tecnologia. Já a dependência é o uso abusivo junto ao fenômeno de tolerância e da abstinência. Também pode ocorrer, como agravante de outros transtornos psiquiátricos, transtornos psicóticos que têm seus sintomas amplificados pela relação que o indivíduo desenvolve com a tecnologia, incluindo delírios de perseguição com conteúdo de monitorização, ou vigilância tecnológica, ou piora de funcionamentos de personalidade, em que a pessoa tende a ficar mais retraída socialmente. A dependência tecnológica pode ser comparada a uma dependência de substância ou a transtornos compulsivos, a partir de quatro fatores relevantes, segundo (YOUNG, 2011, p. 171): “a) Um comportamento que produz intoxicação/prazer com a intenção de alterar o humor e a consciência; b) um padrão de uso excessivo; c) um impacto negativo ou prejudicial em uma esfera importante da vida; d) a presença de aspectos de tolerância e abstinência”. Mas como é possível identificar, realmente, quando uma pessoa precisa de tratamento no que tange o uso dos eletrônicos? Quando o uso da tecnologia se torna algo patológico. Ou seja, o indivíduo passa a utilizar a tecnologia (o uso de internet, jogos eletrônico e de smartphones) de forma compulsiva e repetitiva para além das necessidades do trabalho, ou do entretenimento. Alguns sintomas que devem ser vistos com atenção. Há uma queda no rendimento escolar, ou no trabalho, isolamento social e conflitos familiares. Além disso, observam-se, também, elementos de tolerância e abstinência, caracterizados, principalmente, por alterações de humor, como irritabilidade, ou exacerbação ansiosa quando não se está em uso tecnológico. Além desses sintomas, há a necessidade de aumentar o tempo de conexão para obter a mesma satisfação; o descumprimento das horas de sono e das refeições; além do comprometimento da vida familiar, social, escolar e profissional, refletindo negativamente no desempenho das tarefas, podendo ocasionar depressão e outros problemas de saúde. O tratamento é realizado de forma individualizada, por meio da análise do padrão de uso da tecnologia feito pelo paciente, buscando sensibilizar o indivíduo sobre o problema, que muitas vezes só é claro para os familiares. Mostra-se ao paciente o prejuízo social, a desregulação do ciclo do sono, a má alimentação, a ansiedade social desenvolvida e os sintomas de abstinência. A partir daí, o jovem, faixa etária mais comumente acometida, é motivado a se engajar no tratamento por meio de entrevistas motivacionais e de sensibilização, ressaltando que o envolvimento da família é fundamental no tratamento. A terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é a abordagem mais indicada para esse tipo de transtorno, com evidências científicas comprovadas. Na etapa preliminar da avaliação clínica, o médico psiquiatra avaliará a necessidade de terapêutica medicamentosa. Com relação à cura da dependência da tecnologia, esse conceito ainda é controverso. Estudos comprovam que as taxas de sucesso terapêutico são baseadas no tempo de abstinência do uso da tecnologia e no número de recaídas, havendo, então, controle do problema. Com o enfoque na tecnologia, tratando-se de uma população predominantemente jovem e com a personalidade em desenvolvimento, a partir do momento em que se consegue o reestabelecimento de um uso moderado e saudável, e isso passa a constituir um comportamento duradouro, vislumbra-se a perspectiva de cura. É importante ressaltar, que a nova edição do Manual da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, CID-11, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que será lançada este ano, já contempla a dependência dos videojogos como uma doença do foro mental. Após uma monitorização deste transtorno feita ao longo de dez anos, a OMS decidiu que o vício do jogo pode ser considerado um problema de saúde mental. Embora ainda não tenha sido lançada a definição final, sabe-se que este se caracteriza por um padrão de comportamento de jogo “contínuo ou recorrente”, no qual o jogador não consegue controlar, por exemplo, o início, a freqüência, a intensidade, a duração e o contexto em que joga. Quanto aos benefícios dessa decisão, é muito significativo, porque cria a oportunidade de termos atendimentos mais especializados. Na psicoterapia cognitivo comportamental é feita uma análise seus pensamentos, sentimentos e comportamentos para compreender melhor as dificuldades em relação à dependência tecnológica. A Supere Psicologia estará sempre do seu lado! Profª Dra Ana Paula Ferreira Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental Mestre e Doutora em Psicologia Cognitiva Email: psianapaulaferreira@gmail.com AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION: Manual Diagnóstico e Estatístico de transtornos Mentais. 5 ed. Porto Alegre, 2014; YOUNG, S.K. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artemed, 2011.

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TERAPIA DE FAMÍLIA

TERAPIA DE FAMÍLIA Todo sistema familiar requer amor, respeito e união. A compreensão do sistema familiar ocorre a partir da dinâmica grupal de seus membros, desde a forma como interagem até a maneira como trocam afeto e carinho. Nesse processo de interação entre pais e filhos, avós e netos, irmãos e irmãs percebe-se solidariedade e hostilidade, concordância e discordância, tensão e alívio. Com tudo um dos desafios envolve as relações de poder na família. Essa análise contempla estudo científico sobre a dinâmica do grupo familiar, a partir dos fenômenos que surgem nas relações interpessoais. Cada membro da família apresenta na sua própria história de vida, algumas necessidades que podem ter sido supridas ou não durante seu desenvolvimento psicológico e emocional. Em caso dessas necessidades não terem sido supridas, as pessoas podem apresentar comportamentos de busca de satisfação, de incompletude e de superação. Na terapia cognitivo comportamental, o psicoterapeuta avalia esta dinâmica de necessidades e entendimento destes comportamentos mal-adaptativos de cada membro da família, e principalmente da relação afetiva conjugal. O modelo cognitivo de cada membro constitui-se de crenças nucleares, comandos ou regras mentais e pensamentos automáticos. As crenças nucleares são idéias e conceitos mais internalizados acerca de si mesmo, das pessoas e do mundo. Os pressupostos básicos são regras, padrões, premissas e atitudes que guiam as condutas humanas, e os pensamentos automáticos são as cognições mais acessíveis. Esses conceitos são ferramentas fundamentais para o processo terapêutico, tanto individual como para casais. A terapia cognitivo comportamental com casais, com base na premissa de que a inter-relação entre cognição, emoção, comportamento e sintomas estão implicada no funcionamento do ser humano e, consequentemente, em seus relacionamentos, visa identificar e intervir nas situações que causam o desconforto de uma das partes ou de ambas. Na terapia cognitivo comportamental pode ser aplicada em situações de déficits de comunicação, resolução de problemas, disfunções sexuais e reestruturação de crenças, comportamentos e pensamentos que geram uma desarmonia conjugal (Piccoloto et al, 2007). Os esquemas que os cônjuges trazem para a relação fazem com que cada individuo desenvolva pensamentos funcionais ou disfuncionais para o atual relacionamento. Os casais ingressam em seus relacionamentos com crenças e expectativas diversas, sendo estas influenciadas por uma história da cultural pessoal, que pode ser conceitualizada no aspecto racial, social, econômico, religioso e valores do papel sexual (Dattiliio, 2011). Diversos casais buscam terapia por acumularem desavenças relacionadas à ineficácia na solução de seus conflitos diários, acreditando que são incapazes de solucioná-los sozinhos, gerando uma desmotivação (Salkovskis, 1997; Barlow, 1999). Uma das demandas dos casais na busca pela terapia está relacionada às diferenças entre os cônjuges, como a tentativa de transformar o outro, gerando desarmonia na união e insatisfação. Os cônjuges passam a não reconhecer a dedicação do outro, deixando de suprir as novas e diferentes necessidades cotidianas e de reforçar positivamente. A satisfação conjugal está relacionada à frequência e troca de reforços, tanto positivos, negativos e/ou punitivos (Beck, 1995). O terapeuta da TCC dirige sessão para que haja maior tolerância entre o casal e que abandonem a luta reconhecendo as diferenças. A Supere Psicologia estará sempre do seu lado. Alessandro Rocha Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental Mestre em Educação para Ensino em Saúde alessandropsi@yahoo.com.br / alessandro@superepsicologia.com.br www.superepsicologia.com.br Piccoloto, Luciane., Piccoloto, Neri Maurício.e Wainer, Ricardo (org.). Tópicos Especiais em terapia cognitivo comportamental: O desafio da escolha e a arte de conviver, algumas considerações sobre terapia cognitivo comportamental com casais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. P. 259-290. Beck, Aaron T.. Para Além do Amor: como os casais podem superar os desentendimentos, resolver os conflitos e encontrar uma solução para os problemas de relacionamento através da terapia cognitiva. Rio de Janeiro. Record, 1995. Dattilio, Frank M.. Manual de Terapia Cognitivo Comportamental para casais e famílias. São Paulo: Artmed, 2011. Barlow, D. H. Manual clínico dos transtornos psicológicos. Porto Alegre: Artmed, 1999. Salkovskis, Paul M. Terapia cognitivo comportamental para problemas psiquiátricos: um guia prático. Saõ Paulo: Martins Fontes, 1997.

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FLEXIBILIDADE

“O cérebro é como um paraquedas. Só funciona quando está aberto.” (James Dewar) Albert Einstein disse que “a mente que se abre a uma nova ideia nunca retorna ao seu tamanho original.” No entanto, abrir a mente é um exercício complicado, muito mais do que gostaríamos de admitir. Na verdade, a rigidez mental já começamos a construir a partir do nascimento. Cada aprendizagem abre novas portas, mas também fecha outras. Na verdade, uma das características principais das pessoas que têm certa flexibilidade mental consiste precisamente em ser capazes de dar-se conta de que decisões erradas não são “más decisões”. Qualquer decisão é boa se a ela segue outra decisão da qual podemos tirar proveito. A flexibilidade mental consiste exatamente em saber qual seja a decisão que tomarmos sempre se abrirá para nós um mundo de possibilidades. Portanto, a flexibilidade mental é estar disposto a assumir o risco de nos enganar sem medo dos erros. É saudável abraçar e tentar compreender as coisas novas ou os pontos de vista diferentes dos nossos. Segundo Raul Seixas em uma música, diz “Veja! Não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus! Tenha fé na vida! Tente outra vez! Se é de batalhas que se vive a vida… Han! Tente outra vez!”. Temos uma tendência a não perceber todo um processo de caminhada e de construção que fazemos em nossa vida, pois buscamos de forma ansiosa o resultado final. Manter a esperança diante das batalhas e desafios gera uma força interior que chamamos de flexibilidade e resiliência. A flexibilidade mental é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprendida. Segue dicas: Concentre-se em suas emoções. Quando você está tentado a rejeitar completamente uma ideia, observe como você se sente. Se você se sentir desconfortável com o que você ouve, é provável que a rigidez em sua maneira de pensar, provavelmente esconde uma resistência relativa a alguma memória difícil do passado. Pergunte a si mesmo o que tem medo. Se você responder honestamente, irá descobrir muitas coisas. Alimente o desejo de crescer. A curiosidade continua sendo uma das ferramentas mais poderosas que temos à nossa disposição para crescer como pessoas. Em vez de aceitar as velhas idéias, pergunta-se “por que”. Se começar a questionar tudo que você sempre deu como certo, não só encontrará respostas novas como também descobrirá um novo mundo, muito mais amplo. Desenvolver empatia. Em alguns casos, você provavelmente não concorde com as idéias, às formas de pensar e atitudes dos outros. No entanto, em vez de rejeitá-los de imediato, tente se colocar no lugar deles para entender de onde vem esse ponto de vista. Se você rejeitar o que não sabe ou não gosta, você será a mesma pessoa de antes. Se você tentar entender o outro, terá caminhado do crescimento. Abrace os erros. Ter certa flexibilidade mental significa não ter medo dos erros, significa estar disposto a aproveitar as novas oportunidades. Se compreender a vida como um contínuo aprendizado, onde cada erro não é um passo atrás, mas sim um passo a frente em nossa evolução, pois nos permite desfazermos velhos padrões já enraizados. Não busque a verdade absoluta. Toda vez que assumimos uma verdade como um fato imutável, significa que paramos de olhar nessa direção e, portanto, começamos a perder pouco a pouco todos os dias. Assim, é importante não se prender a uma única maneira de ver as coisas e manter uma mente aberta. O mais importante para se livrar da rigidez mental é não buscar a verdade absoluta, simplesmente, porque ela não existe.   Perfil da Mente Flexível Não sou dono da verdade. Posso estar equivocado(a) em minha maneira de pensar. A mudança justificada é saudável. Não posso ter tudo sob controle. Abandonar uma idéia não é necessariamente um sintoma de fraqueza. É melhor enfrentar os fatos como são, embora não se esteja de acordo com eles. A novidade é um desafio. A autocrítica construtiva é o motor do crescimento e um antídoto contra o dogmatismo, o autoritarismo e a teimosia. Explorar a realidade. Manter-se atualizado. Investigar e aprofundar diversos temas. Ter experiências novas. Escutar as pessoas que se opõem a nós. Discutir com argumentos e não atacar as pessoas. Promover atitudes democráticas. Flexibilidade não significa abandonar o objetivo e sim buscar seguir de forma adaptativa diante das circunstâncias da vida. Segundo a frase do Fernando Angelo, que diz “Ser flexível não é se curvar diante do problema, mas sim ter jogo de cintura pra sair dançando dele”. É possível encontrar acordo nas relações interpessoais? Adaptar-se é preciso? Vamos refletir um pouco mais? A Supere Psicologia estará sempre do seu lado. Alessandro Rocha Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental Mestre em Educação para Ensino em Saúde alessandropsi@yahoo.com.br / alessandro@superepsicologia.com.br www.superepsicologia.com.br   DUARTE, Tales Luciano. Rigidez Mental: Quando Sua Forma De Pensar Te Impede De Crescer. Link: http://yogui.co/rigidez-mental-quando-sua-forma-de-pensar-te-impede-de-crescer. Acessado em: 03/02/2018. RISO, Walter. A arte de ser flexível: De uma mente rígida a uma mente livre e aberta á mudança. 1 ed. Porto Alegre: L, 2013. 183 p.

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DOR

“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.” (W. Shakespeare) A busca por um alívio para esse fenômeno é uma das causas do desenvolvimento da Medicina. Da prática dos curandeiros aos sacerdotes, nos primórdios da civilização, passando pela medicina grega, romana, medieval e moderna, verificamos as tentativas que retratam a constante procura do homem por soluções que diminuíssem a dor emorações, chás, emplastros, massagens, cirurgias em odernos analgésicos. O conceito de dor sugere,atualmente, uma“sensação desagradável, variável em intensidade e extensão de localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas especializadas em sua recepção”. É uma experiência que,em sua forma funcional,integra os conceitos definidos pornocicepção, sofrimento e conduta dolorosa. Pornocicepção entende-se o processo neurofisiológico de detecção e sinalização de um estímulo nocivo.Sofrimento seria o conjunto de reações afetivas que surgem como resposta ao estímulo nociceptivo e aconduta dolorosa é definida como o grupo de atividades que realiza um paciente como resposta à presença de dor. A conduta dolorosa constitui o únicoíndice clínico observável da dor. Manifesta-se pormeiodas alterações fisiológicas (suores, batimentoscardíacos, alteração da respiração) e na expressãofacial do indivíduo.A dor pode ser classificada em dois grupos: Dor aguda: este tipo é uma respostaimediata ao dano no tecido. Tem umcomponente imediato, que faz, porexemplo, uma pessoa retirar a mão daponta de uma agulha que a fere; Dor crônica: é mais difusa, persiste pelo menos seis meses e inclui um comportamentoaprendido por experiências passadas. Diferentemente da dor aguda, que é autolimitada, controlável por analgésicos, tem sua origem patogênica e pode servir como um sistemade alarme avisando que algo nele está em desarmonia; a dor crônica é autoperpetuada e raramente controlada por analgésicos. A percepção da dorcrônica seria efeito da perpetuação da “memóriade dor”. Estímulos, lembranças e associações, relacionando ao estímulo patológico qualquer fator social ou ambiental. Nessa linha de raciocínio, na dor crônica,haveria uma forte evidência de ter sido aprendidauma característica importante de sua manifestaçãoseja a pobre correlação entre os fatores patológicose a percepção da dor pelo indivíduo. Frequentemente, os processos patológicos têm uma remissão e a pessoa ainda apresenta uma disfunçãopsicossomática progressiva. A isto se chamasíndrome da dor aprendida. Compreensão psicológica da dor.A dor é umsintoma e, como tal, permite identificar uma doença ou lesão no corpo a fim de que sejam tomadas as devidas providências para o tratamento.Sempre que os indivíduos contêm raiva,angústia e toda sorte de sentimentos negativos,estão aumentando as possibilidades de sofrer dores,principalmente musculares. Tal contenção pode serconsequência de regras ou convenções sociais.Quando essas dores ocorrem, torna-se necessárioque as pessoas compreendam que são sinais de umcorpo que precisa ser “ouvido”; um corpo queultrapassou sua capacidade de adaptação diantedas tensões a que foi diariamente exposto (estresse). Os problemas surgem quando as demandasexternas e internas são maiores que esta capacidadea qual varia de pessoa para pessoa.Se esta é uma forma da pessoa ignorar afragilidade de seu organismo, no extremo oposto,observa-se uma ingênua idolatria do corpo, tãoprejudicial quanto a sua negação. Assim, práticasesportivas, quando mal orientadas, torna opostulado “sem sofrimento não há prêmio” oretrato daqueles frequentadores de academia embusca de um modelo de beleza plástica a todo custo.Percebemos, assim, que a dor é, às vezes, procurada. Por outro lado, tornar-se doente pode ounão ser uma escolha consciente, mas em nenhummomento se afirma que as dores não sejam reais.Oadoecer pode refletir a dificuldade de umapessoa de manifestar, de forma livre, seus descontentamentos; porém, somente evitando ouaprendendo a lidar com as situações que desencadeiam o desequilíbrio do organismo é que opaciente procurará o bem-estar, algo que nemsempre se torna uma tarefa fácil. Este fenômeno chama-se disfunção psicossomática. Segundo J. McDougall apud Souza (2000), é umsintoma no qual o psiquismo se utiliza de recursosprimitivos e intraverbais que busca enviar mensagens que serão interpretadas somaticamente. Éuma resposta a conflitos de vários tipos que sãopercebidos como ameaçadores ao funcionamentodo psiquismo. Tais alterações, ainda que possamcolocar a vida das pessoas em perigo, se destinama protegê-las de um dano que poderia ser bastantegrave, caso chegasse à consciência. É como se ocorpo reagisse de modo imediato a substânciastóxicas. Ansiedade é a reação ao perigo ou à ameaça. Cientificamente, ansiedades imediatas ou de curto período são definidas como reações de luta-e-fuga. São assim denominadas porque todos os seus efeitos estão diretamente voltados para lutar ou fugir de um perigo. Assim, o objetivo número um da ansiedade é o de proteger o organismo. Quando nossos ancestrais viviam em cavernas, era-lhes vital uma reação automática para que, quando estivessem defrontados com um perigo, fossem capazes de uma ação imediata (atacar ou fugir). Mas mesmo nos dias agitados de hoje, este é um mecanismo necessário. A função da ansiedade é proteger o organismo, não prejudicá-lo. Seria totalmente ridículo da parte da natureza desenvolver um mecanismo cuja função primordial fosse a de proteger o organismo e, por assim fazer, o prejudicar. A melhor forma de pensar sobre todos os sistemas de resposta de luta-e-fuga (ansiedade) é lembrar que todos estão voltados para deixar o organismo preparado para uma ação imediata e que seu objetivo primordial é protegê-lo.     Quando alguma forma de perigo é percebida ou antecipada, o cérebro envia mensagens à uma seção de nervos chamados de sistema nervoso autônomo. Este sistema possui duas subsecções ou ramos: o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático.  São exatamente estas duas subsecções que estão diretamente relacionadas no controle dos níveis de energia do corpo e de sua preparação para a ação. Colocado de uma forma mais simples, o sistema nervoso simpático é o sistema da reação de luta-e-fuga que libera energia e coloca o corpo pronto para ação; enquanto que o parassimpático, é o sistema de restauração que traz o corpo a seu estado normal. É importante perceber que, em algum momento, o corpo cansará da reação de luta-ou-fuga e ele próprio ativará o sistema nervoso parassimpático para restaurar um estado de relaxamento. Em outras palavras, a ansiedade não pode continuar sempre aumentando e entrar numa espiral sempre crescente que conduza a níveis possivelmente prejudiciais. O sistema nervoso parassimpático é um protetor “embutido” que impede o sistema nervoso simpático de

Depressão, Neurociência, SaudeMental, Terapia Cognitiva

CIÚME

CIÚME EXCESSIVO #janeirobranco “Você deixou de fazer coisas que gostava por conta de seu relacionamento amoroso?” O ciúme excessivo é uma característica comportamental de cuidar e prestar atenção ao parceiro amado de forma repetitiva e controladora além do esperado em uma relação amorosa, diferente do ciúme “normal”, que é aquele baseado em fatos (SOPHIA; TAVARES; ZILBERMAN, 2007). O ciúme “normal” ocorre em função de uma ameaça real que possa surgir no relacionamento, já o ciúme excessivo/patológico, persiste devido ausência de qualquer ameaça real (Pines, 1992). O ciúme excessivo é um sintoma muitas vezes herdado de outros transtornos, como o transtorno obsessivo convulsivo (TOC) onde o sujeito possui pensamentos obsessivos ou compulsões. Como também pode ser herdado devido o transtorno de personalidade delirante, onde a pessoa possui a idéia fixa de que o outro está fazendo algo de ruim contra ele(a). Geralmente se caracteriza em ver coisas com recorrência na relação amorosa achando que o parceiro(a) esteja traindo. Esses comportamentos podem ser aprendidos de acordo com identificação dos pais, como também pode ser de herança genética ou até mesmo experiências dolorosas de outros relacionamentos. A pessoa que tem o ciúme excessivo possui um medo de perder a pessoa amada e tem uma ligação ao campo afetivo e emocional na relação. Ocorre de acordo com a intensidade de emoções alteradas podendo ter idéias fixas e delirantes de forma fantasiosa. Algumas características no ciúme excessivo são bastante importantes a serem identificados e geralmente quando o parceiro(a) se distancia ou quando estão brigados, o sujeito que possui o ciúme excessivo costuma sentir sensação de abstinência, angustia, taquicardia ou grande quantidade de suor sempre que surge a mesma situação ou evento. Existe também um padrão de preocupação de maneira excessiva sem conseguir diminuir a atenção e o cuidado que presta ao seu(sua) parceiro(a). Tira a vítima do convívio de familiares e amigos, controla a forma de seu(sua) parceiro(a) se vestir, regula o horário quando ele(a) sai, e chega até gastar muito tempo para controlar/monitorar as atividades mantendo a senha das redes sociais do facebook ewhatsApp, como também chega até fazer ligações para o telefone para ver onde ele(a) está. Muitas vezes ele(a) deixa de fazer as coisas de que gostava de fazer devido o tempo que gasta com o controle excessivo do relacionamento e trazendo problemas para sua vida pessoal, do parceiro e familiar (ABREU; TAVARES; ATHANÁSSIOS, 2008). Fatores familiares podem ser associados a esse comportamento, como abuso de substâncias de álcool e outras drogas. Embora o ciúme excessivo venha crescendo cada dia na sociedade, ainda não existe dados confiáveis sobre a freqüência na população no âmbito do controle estatísticos dos eventos relacionados com saúde (SOPHIA; TAVARES; ZILBERMAN, 2007). Os fatores cognitivos, comportamentais e afetivos na relação amorosa entre o casal estão relacionados aos vínculos quando na infância, se caracterizam de forma singular através das experiências emocionais registradas quando criança. Essas experiências iniciais são: Necessidades de ser amada e querida Apego ansioso/ambivalente Medo de rejeição, abandono, perda, frustração (angustia) Internalização dos vínculos (mãe bebê) Ausência de instabilidade ou amor Situações estressantes De acordo com a literatura, é na fase da adolescência onde surge o ciúme excessivo e ele se desenvolve como um padrão no relacionamento proporcionando alívio da sensação de angustia movida pela ausência ou carência afetiva. Estudo da neurobiologia vem crescendo após os avanços da neurociência onde o sistema dopaminérgico cortiço-estrial apontam as regiões específicas do cérebro na sensação de estar apaixonado (ROBINSON, 1993). Atualmente, a terapia cognitiva comportamental (TCC) é a mais indicada para o tratamento, pois existem evidências científicas com resultados satisfatórios com foco na relação terapêutica voltada para acolher o paciente em sua singularidade e ajudando a identificar suas emoções e sentimentos dolorosos com a reparação de padrões de pensamento disfuncional através da psicoeducação, pois muitas vezes o sintoma costuma evoluir e o paciente pode chegar ao desespero ao rompimento do relacionamento. Os antidepressivos e os estabilizadores de humor também é uma forma de conter o ciúme quando passado pelo psiquiatra. Para esse caso, a vítima do ciúme também precisará ter o acompanhamento do profissional de saúde para melhoria do processo. Na análise do Comportamento, os eventos de privação e controle na relação amorosa no ciúme excessivo, estão relacionados ao condicionamento reflexo e operante descrito por Skinner, (1989/1991). O condicionamento reflexo é capaz de provocar respostas que podem ter reações fisiológicas quando o indivíduo descreve quando estiver com ciúme, como sudorese, taquicardia, aperto no peito e na garganta ou perda de controle. Já o condicionamento operante contribui para o entendimento de forma como se estabelece/ocorre essa fisiologia e o que esse sujeito faz diante dessa sensação e porque faz. Sendo assim, sempre que houver privação e controle na relação sem que o parceiro(a) sinta-se à-vontade, a relação passa a fazer parte de uma dependência entre os eventos de acordo com as contingências. Existe uma grande diferença na comunicação entre cônjuges que fere os sentimentos um do outro durante uma conversação (Gottman, et al., 1976). E é na interação/comunicação do casal que existem alguns comportamentos que causam conflitos que servem de gatilhos emocionais causando desavenças e exigências injustas (Christensen; Jacobson, 2000). O treinamento em resolução de problemas ensina aos casais estratégias concretas para lidar com esses problemas, que invariavelmente afloram durante o relacionamento do casal (VANDENBERGHE, 2008). Segundo Falcone (2001 a, p. 202), “As habilidades sociais têm sido relacionadas à melhor qualidade de vida, a relações interpessoais mais gratificantes, à maior realização pessoal e ao sucesso profissional”. Sendo assim, o papel do THS, como uma estratégia de intervenção complementar, também pode auxiliar nos casos de ciúme excessivo como também na dinâmica interpessoal de cada indivíduo em seu sofrimento. A Equipe da Supere Psicologia está sempre ao seu lado! Flávio Minervino flaviosilva2403@hotmail.com Estudante de Psicologia FAFIRE Referências ROBINSON, T. The neural basis of drug craving: An incentive-sensitization theory of addiction. Brain Research Reviews, v. 18, n. 3, p. 247–291, dez. 1993.  SOPHIA, E. C.; TAVARES, H.; ZILBERMAN, M. L. [Pathological love: is it a new psychiatric disorder?]. Revista brasileira de psiquiatria (Sao Paulo,

Carreira e Futuro, Concientização, Depressão, Educação, Neurociência, Prevenção, SaudeMental, Sem categoria, Terapia Cognitiva

PROGRAMA MOTIVAÇÃO & RESILIÊNCIA

“Motivação + Auto-eficácia = Agir em direção a uma meta.” O conceito de Motivação está relacionado a necessidades humanas. A auto-eficácia é um conceito fundamental na autoconfiança. Trata-se de uma palavra criada por Bandura para descrever a crença ou confiança que uma pessoa tem na sua própria capacidade para completar uma determinada tarefa ou resolver um problema. A diferença de objetivo e meta, é que a meta é um objetivo com prazos. Para se manter motivado e autoeficaz é muito importante pensamentos e atitudes flexíveis. O poder do pensamento flexível está em sua tremenda força adaptativa e em sua capacidade de autorregulação e crescimento interno. Uma pessoa que desenvolveu uma atitude critica, lúdica, rebelde, justa, integradora e pluralista criou um estilo de vida aberto e altamente saudável. Ela não só viverá melhor, mas também contribuirá para o bem-estar de sua continuidade: uma mente flexível gera menos estresse, mais felicidade e menos violência. Segundo Nietzsche, a mente flexível identifica-se com: “Querer chegar a ser o que somos, seres humanos novos, únicos, incomparáveis, que regulam a si mesmos, criam a si mesmos”. Segundo Cvijetic, destaca: 13 coisas que você deve abandonar se quiser ser bem-sucedido, são: 1. Abandone estilos de vida que não sejam saudáveis 2. Abandone a mentalidade de curto prazo 3. Não pense “pequeno” 4. Abandone suas desculpas 5. Desista da mentalidade fixa 6. Abandone a crença na “Bala Mágica” 7. Desista do perfeccionismo 8. Desista de ser multitarefa 9. Desista da sua necessidade de controlar tudo 10. Desista de dizer SIM para coisas que não levam aos seus objetivos 11. Abandone pessoas tóxicas 12. Abandone sua necessidade de ser apreciado 13. Abandone sua dependência de redes sociais e televisão Organize seus horários conforme as prioridades. Quanto mais controle você exercer sobre os horários, maior será o domínio que terá sobre o rumo de sua vida. Aceite o fato de que provavelmente não será possível fazer tudo o que consta de sua lista de afazeres. Não se aborreça, pois algumas vezes é necessário apenas ser em vez de fazer. Além disso, você sabe que fará as coisas mais importantes. Procure concentrar-se na tarefa do momento. Estudos científicos recentes comprovam que a execução simultânea de múltiplas tarefas não é tão eficiente quanto se imagina. Veja algumas dicas: Use o mesmo calendário ou agenda para trabalho e atividades pessoais, sendo necessário consultar todos os dias. Elabore horários flexíveis. Deixe sempre um intervalo de alguns minutos entre seus compromissos para prevenir problemas criados por eventuais atrasos e acontecimentos imprevistos. Reserve em seu horário diário alguns momentos para relaxar. Seu corpo, sua mente e seu espírito precisam disso. Programe uma hora todos os dias para trabalhar em projetos ou objetivos de longo prazo. Dedique-se uma vez por semana às tarefas administrativas de sua casa: arquivar, pagar contas e comprar suprimentos, entre outras coisas. Programe tarefas mais difíceis – aquelas que exigem criatividade e tomada de decisões – para o período do dia em que você está com mais energia e disposição. Programe as tarefas de rotina, como limpeza da casa, em intervalos regulares. Isso ajudará você a manter os afazeres domésticos bem organizados sem ficar sobrecarregado. Poupe seu tempo agrupando tarefas semelhantes. Verificar o que precisa de manutenção periodicamente para evitar imprevistos e reparos de ultima hora. Quando marcar compromissos em sua agenda, anote também um numero de telefone para avisar ou confirmar alguém em caso de necessidade. Monitore horários para compromissos e eventos da família. Elabore uma lista geral de compromissos e reduza lista de tarefas por dias. Adote o princípio “80 por 20”, sendo 20% das tarefas de sua lista diária representam prioridade (urgente) e concentre energia na execução destas tarefas. Categorize tarefas conforme suas metas a curto, médio e longo prazo de acordo com a prioridade entre urgente, muito importante e importante. Reduza as possibilidades de distração enquanto você trabalha. Deixe as chamadas com a secretaria ou peça ajuda em casa. Feche o programa de emails ou abaixe o volume dos aparelhos para não ouvir o aviso de entradas de mensagens. Se você tem dificuldade de “dizer não”, peça algum tempo para pensar. Talvez uma recusa se torne mais fácil quando não existe pressão para dar uma resposta imediata. Delegue para outros as tarefas que não cabe a você, exceto em situação de cooperação para fortalecer atividades em equipe. Cuidado com papeis lembrete de tarefas a realizar. Organize ao longo do ano os documentos para declaração de imposto de renda. Não fique sobrecarregado pensando em todo o trabalho que você precisa fazer. Simplesmente faça o que puder hoje. Para atingir as metas depende do planejamento, flexibilidade e da organização sobre os aspectos da vida que queira alcançar. Vamos aplicar? Analise seus pensamentos, sentimentos e comportamentos para compreender melhor as dificuldades. A psicoterapia cognitivo comportamental colabora com sua autoanálise e a Supere Psicologia estará sempre do seu lado. Alessandro Rocha Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental Mestre em Educação para Ensino em Saúde alessandropsi@yahoo.com.br / alessandro@superepsicologia.com.br www.superepsicologia.com.br Riso, Walter. A arte de ser flexível: de uma mente rígida a uma mente livre e aberta à mudança. Porto Alegre, L&PM, 2013. p. 171. Smallin, Donna. Organize-se num minuto: 500 dicas para pôr ordem em sua vida. São Paulo: Editora Gente, 2005. Zdravko Cvijetic & Malagueta Criativa. 13 coisas que você deve abandonar se quiser ser bem-sucedido. Link https://awebic.com/humanidade/bem-sucedido/. Acessado em 06/01/2018.

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Renata Patrícia

CRP-xx/xxxxx

Psicóloga clínica cognitivo comportamental e organizacional

Pós graduação em gestão da capacidade Humana nas Organizações

Curso de formação em Psicoterapia Cognitivo comportamental

Associada da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas

Associada da Associação de Terapias Cognitivas em Pernambuco

Terapia infantil (a partir de 7 anos), adulto, idoso e familiar

Luiz Santos

CRP–02/22001

Bacharelado em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco.

Nadja Lúcia Guimarães

CRP-02/12491

Psicóloga Clínica ( atendo crianças, adolescentes,adultos e idosos)

Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental.

Especialista em Psicopedagogia Clínica. Formação em Desenvolvimento e Aprendizagem.

Formação em Hipnose Ericksoniana.

Cleóbia Maria

CRP–02/22534

Psicóloga Clínica com Pós-Graduação em Neurociência Clínica.

Atendimentos para adolescentes e adultos.

Treinadora Cerebral (Neurofeedback) Certificada pela Brain-Trainer International.

Alessandro Rocha

CRP-02/11894

Psicólogo Clínico e Organizacional – FAFIRE/PE

CEO do Instituto Supere Conexão e Desenvolvimento Humano

Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental e Terapeuta EMDR

Mestre em Educação para o Ensino em Saúde - FPS/IMIP

Consultor em Gestão de Pessoas, Aprendizagem Organizacional, Mediação da Aprendizagem e Dinâmica de Grupo.

Formação em Treino de Habilidades da Terapia Comportamental Dialética (DBT) e na Terapia Racional Emotiva Comportamental pelo Albert Ellis Institute

Experiência de 16 anos em atendimento psicológico e 18 anos como professor universitário em graduação e pós graduação.

Coordenador e professor de cursos do Instituto Supere.